Prefeitura carioca vende o edifício ‘A Noite’, o histórico primeiro arranha-céu da América Latina
Inaugurado em 1929 e primeiro arranha-céu da América Latina com seus 22 andares, o edifício “A Noite”, no Centro do Rio de Janeiro, será vendido por R$ 36 milhões pela prefeitura carioca a um consórcio especializado em prédios residenciais de alto padrão. O resultado da concorrência, iniciada em maio, será divulgado logo mais pela gestão de Eduardo Paes.
Comprado da União em março por R$ 28,9 milhões, o imóvel já serviu como sede da Rádio Nacional e havia passado mais de uma década fechado antes de Paes resolver inseri-lo novamente no mercado para ajudar a revitalizar a região em que está localizado.
Agora, a paulista QOPP, que integra o Grupo Vetorazzo, e a carioca Konek Transformação Imobiliária ganharam a concorrência para assumir o “A Noite”, desembolsando os R$ 36 milhões e, adiante, repassando à Prefeitura metade dos lucros que forem gerados pelos incentivos do projeto municipal Reviver Centro — um extra estimado em pelo menos R$ 24 milhões.
Ao todo, o ousado negócio em que Paes apostou deve render R$ 60 milhões. Desses, R$ 31,1 milhões vão engordar os cofres do Rio.
Além desses ganhos, a icônica estrutura desenhada pelo arquiteto francês Joseph Gire (também responsável pelo Copacabana Palace) será transformada num edifício residencial revitalizado e contemporâneo (com direito à área de lazer e convivência no rooftop, cuja vista dá para o Museu do Amanhã, de Santiago Calatrava, e para a Baía de Guanabara).
O novo projeto foi desenvolvido pelos arquitetos Duda Porto e André Alvarenga, da Konek, a partir de diálogos com o Iphan.
O órgão oficializou o tombamento do “A Noite” em 2016, dada a relevância dele para a arquitetura nacional e para a história da capital fluminense (além da Rádio Nacional, também foram sediados no local o Instituto Nacional da Propriedade Industrial, a Philips e a já extinta companhia aérea americana Pan Am).