26 de agosto de 2025
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Justiça arquiva por falta de provas mais um processo contra Cristina Kirchner

Mais um processo contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi arquivado pela Justiça. Agora a também ex-presidente, que já indicou que não concorrerá nas eleições deste ano, soma quatro casos suspensos, um em aberto e uma condenação que ainda deve passar por instâncias superiores.

O Ministério Público não conseguiu reunir provas suficientes de que Cristina estaria envolvida em um esquema de lavagem de dinheiro na ação conhecida como “a rota do dinheiro K”. No último dia 24, resolveu retirar a acusação, o que foi referendado nesta segunda (5) pelo juiz federal Sebastián Casanello.

“Sem acusação não há processo criminal possível”, argumenta o magistrado na decisão, à qual a Folha teve acesso. “[Um juiz] não pode ir além da pretensão requerida pelo Ministério Público ou substituir a missão punitiva do Estado”, escreveu ele no documento.

“Mesmo com a clareza do vínculo entre Báez e Cristina, após mais de dez anos desde o início deste processo e quase cinco anos desde a imputação dela nesta ação, não consegui reunir provas que me levem a sair do estado de suspeição e avançar para outra etapa processual como o julgamento”, admitiu o promotor.

O principal elemento contra a então presidente era uma suposta reunião entre os dois no final de 2010 na Quinta de Olivos, a residência presidencial argentina, no subúrbio de Buenos Aires. Em sua confissão, um outro empresário, Leonardo Fariña, disse que eles teriam falado sobre o esquema naquele dia.

Tanto Cristina como Báez já foram condenados em outro caso, o “Causa Vialidad”. Em dezembro, a vice-presidente foi sentenciada a seis anos de prisão por corrupção e inabilitada a exercer cargos públicos, mas a decisão ainda não foi aplicada porque ela tem imunidade e pode recorrer aos tribunais superiores.

O Ministério Público acusou Cristina de ter liderado uma “extraordinária matriz de corrupção”, administrando, ao lado de outros 12 réus, um esquema de desvio de verbas na forma de concessões de obras públicas na província de Santa Cruz à empresa de Báez, amigo da família Kirchner.

Cristina nega as irregularidades e diz ser vítima de “lawfare” —quando o Judiciário persegue alguém por razões políticas. “Você é sócio quando tem contrato de sociedade. Ele era amigo do Néstor, como outros amigos de negócios que o Néstor tinha”, disse ela em entrevista à Folha em dezembro.

 

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