28 de dezembro de 2025
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Morre Brigitte Bardot, ícone do cinema francês, aos 91 anos

A atriz e cantora francesa Brigitte Bardot morreu aos 91 anos, informou neste domingo (28) a fundação dedicada à defesa dos animais que leva seu nome. A causa da morte não foi divulgada, assim como o local e o horário do falecimento.

“Com imensa tristeza, a Fundação Brigitte Bardot anuncia a morte de sua fundadora e presidente, Madame Brigitte Bardot, atriz e cantora de renome mundial, que escolheu abandonar sua prestigiada carreira para dedicar sua vida e sua energia à defesa dos animais e à sua fundação”, diz o comunicado enviado à agência AFP.
Em outubro, ela foi hospitalizada para realizar uma intervenção cirúrgica no hospital privado Saint-Jean de Toulon, no sul da França. Três semanas depois, saiu da unidade médica emitindo um comunicado, no qual alegava “estar bem” e lamentando os rumores de seu falecimento.

“Não sei quem foi o imbecil que lançou essa fake news sobre o meu falecimento esta noite, mas saibam que estou bem e não pretendo jogar a toalha”, declarou a atriz em 22 de outubro.

O presidente da França, Emmanuel Macron, definiu a Bardot como uma “lenda do século”, em mensagem de despedida nas redes sociais.
“Seus filmes, sua voz, sua fama deslumbrante, suas iniciais, suas tristezas, sua generosa paixão pelos animais, seu rosto que se tornou Marianne — Brigitte Bardot personificava uma vida de liberdade. Uma existência francesa, um brilho universal. Ela nos tocou. Lamentamos a perda de uma lenda do século”, escreveu Macron.

Carreira

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Nascida em 28 de setembro de 1934 em Paris, na França, Brigitte Anne-Marie Bardot se destacou como bailarina após se formar em balé clássico no Conservatório Nacional de Música e Dança antes de ser descoberta pelo cinema. Ao mesmo tempo, aos 15 anos, ela já trabalhava como modelo, estampando capas de revistas como Elle.
Em decorrência de seu trabalho como modelo, recebeu propostas para papéis no cinema, tendo tido uma ascensão meteórica. Durante uma audição, conheceu Roger Vadim, com quem se casaria em 1952, após completar 18 anos.

Bardot tornou-se uma estrela internacional depois de sua atuação no filme “E Deus Criou a Mulher”, em 1956, o qual foi escrito e redigido por seu marido. Após o filme, ela ficou conhecida como “gata sexy”.

Em meados da década de 1970, antes de completar 40 anos, e depois de mais de 45 filmes e 70 músicas ao longo da carreira, ela anunciou sua aposentadoria dos cinemas e tornou-se mais ativa politicamente, lutando pelos direitos dos animais, inclusive criando uma fundação com seu nome para a causa.
A atriz teve quatro casamentos: com Roger Vadim (1952–1957), Jacques Charrier (1959–1962), Gunter Sachs (1966–1969) e Bernard d’Ormale, seu atual marido desde 1992. Com Charrier, teve seu único filho, Nicolas-Jacques, em 1960. No entanto, admitiu não ter “sido feita para ser mãe”, tendo uma relação conturbada com seu herdeiro.

Defensora dos animais

A vocação da atriz na defesa dos animais surgiu quando ela encontrou uma cabra no set de seu último filme, “A Edificante e Alegre História de Colinot”. Para salvá-la do abate, Bardot comprou o animal e o manteve em seu quarto de hotel.
Posteriormente, fez campanha contra a tourada, popular no sul da França, contra a caça de elefantes e exigiu que os franceses parassem de comer carne de cavalo. Em 1977, para combater a caça aos filhotes de foca, viajou para Terra Nova, no Canadá.

Brigitte Bardot viveu durante décadas entre sua famosa residência La Madrague, em Saint-Tropez, no sul da França, e uma segunda casa no interior, La Garrigue, onde abriga animais e mantém uma capela particular.

Em maio, em entrevista ao canal BFMTV, Bardot contou que vivia “como uma agricultora”, cercada de seus animais, e que não possuía “nem celular nem computador”.

Estátua em Búzios

No auge da fama, em 1964, a atriz buscou refúgio numa pequena vila de pescadores em Búzios, na Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro, para passar suas férias num local onde não seria perturbada e poderia passear livremente.

Acompanhada de Bob Zagury, seu namorado, ela se hospedou em uma casa na Praia de Manguinhos e aproveitou por mais de 3 meses na região, entre janeiro e abril.

No final ainda de 1964, ela retornou ao local, porém, dessa vez, ficou numa casa onde atualmente se localiza a Rua das Pedras. No entanto, com fotógrafos e repórteres já cientes de sua presença em Búzios, eles a “perseguiram” em busca de fotos e entrevistas o que a deixou desconfortável. Uma semana após o réveillon, a artista partiu rumo à Europa e não retornou mais ao lugar.
Baseada numa fotografia tirada por Denis Albanese, a escultora Christina Motta produziu uma estátua de Bardot em bronze. O lugar que abriga o monumento, desde então, se chama Orla Bardot.

As notícias sobre o esconderijo escolhido pela atriz atravessaram o continente, colocando Búzios no mapa de turismo e transformando o local num destino desejado por pessoas de diferentes locais do Brasil e do mundo.

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