Apenas seis de 21 setores exportadores conseguem compensar perdas com taxas dos EUA, aponta estudo
Estratégia de redirecionamento para outros mercados foi insuficiente para mitigar os efeitos das tarifas na maior parte dos casos
Estudo elaborado pela Amcham Brasil aponta que apenas seis de 21 setores exportadores conseguem compensar as perdas com as sobretaxas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A conclusão é de que a estratégia de redirecionamento das exportações para outros mercados foi insuficiente para mitigar os efeitos das sobretaxas na maior parte dos casos.
Os setores que conseguiram compensar integralmente suas perdas são os de produtos vegetais; gorduras e óleos; químicos; pedras preciosas; máquinas e aparelhos elétricos; e máquinas e instrumentos mecânicos.
Já entre os 15 setores mais afetados, que não conseguiram compensar suas perdas, destacam-se os setores de alimentos (como mel e pecados); plástico e borracha; madeira; metais e material de transporte. No total, as perdas somaram US$ 1,2 bilhão.
A análise também destaca que, em diversos casos, o crescimento das exportações para outros mercados ocorreu em itens distantes daqueles tradicionalmente exportados para os Estados Unidos, sugerindo uma compensação imperfeita em nível de produtos e empresas.
“Essa análise reforça que o mercado dos Estados Unidos não é facilmente substituível para as exportações brasileiras, seja por sua dimensão, diversidade e maior valor agregado da pauta importada, ou pelas especificações técnicas dos produtos a ele destinados”, ressalta em nota.
Entre agosto e novembro de 2025, período em que o País foi afetado pela sobretaxa americana, todos os 21 setores analisados registraram queda de exportações para o mercado americano, na comparação com o mesmo período de 2024. A redução dessas exportações totalizou US$ 1,5 bilhão.

