19 de dezembro de 2025
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Polícia Civil desmonta esquema interestadual que “apagava” mandados de prisão da Justiça

Quadrilha ligada ao Comando Vermelho invadia sistemas da Justiça para ocultar mandados. Criminosos atuavam no Rio de Janeiro e em Minas Gerais

O Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Polícia Civil, deflagrou na manhã desta quinta-feira (18/12) a Operação Firewall, contra um esquema criminoso que invadia sistemas oficiais para ocultar mandados de prisão e outras medidas judiciais. A ação mira uma quadrilha ligada ao Comando Vermelho, com atuação no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Até o momento, três pessoas foram presas, além do cumprimento de mandados de busca e apreensão.

-O Estado não vai permitir que o crime organizado use a tecnologia para tentar driblar a Justiça. Quem invade sistemas públicos para favorecer facções será identificado, preso e responsabilizado. A Polícia Civil atua com inteligência, rigor e integração para proteger a sociedade – afirmou o governador Cláudio Castro.

As investigações começaram em julho deste ano, após a identificação de anúncios em redes sociais oferecendo a retirada de mandados de prisão do sistema do Tribunal de Justiça pelo valor de R$ 3 mil. As ofertas faziam referência direta ao Comando Vermelho e eram direcionadas a integrantes da facção.

Segundo a apuração, os criminosos acessavam ilegalmente o Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP) utilizando VPNs e credenciais roubadas de servidores da Justiça. Como não era possível excluir os mandados, o grupo alterava informações estratégicas, impedindo que as ordens judiciais fossem localizadas em consultas oficiais.

Na prática, os mandados permaneciam válidos, mas “desapareciam” do sistema quando o nome correto era pesquisado, criando a falsa impressão de que não havia pendências judiciais.

As investigações apontam ainda que os criminosos ameaçavam os próprios clientes, afirmando que, caso o pagamento não fosse feito, novos mandados poderiam ser inseridos contra eles.

Para desarticular o esquema, a Polícia Civil identificou os responsáveis pelos anúncios e passou a rastrear o fluxo financeiro. A apuração revelou que a namorada de um dos investigados cedia a própria conta bancária para a movimentação dos valores obtidos ilegalmente, o que levou à identificação de conexões financeiras com criminosos de Minas Gerais.

Até o momento, não há indícios de envolvimento de servidores públicos. Segundo a Polícia Civil, os acessos ocorreram por meio de roubo de login e senha, caracterizando os servidores como vítimas do crime.

Como verificar possível clonagem de certificado digital?

Autoridades, advogados e cidadãos podem verificar se possuem certificados digitais clonados acessando o site meucertificado.iti.gov.br, com login GOV.BR.
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