27 de novembro de 2025
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InfoGripe: expansão de casos de SRAG pode ser evitada pela vacinação

Divulgado nesta quinta-feira (27/11), o novo Boletim do InfoGripe da Fiocruz destaca que as hospitalizações por influenza A continuam aumentando no Espírito Santo e na Bahia, mas já mostram sinais de desaceleração de crescimento ou início de queda em São Paulo e Rio de Janeiro. Apesar dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) apresentarem, a nível nacional, indícios de queda nas tendências de longo e de curto prazo, a vacinação segue como fundamental para evitar a expansão de alguns dos principais vírus causadores de SRAG, como o influenza e o Sars-Cov-2.

Referente à Semana Epidemiológica (SE) 47, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivepe-Gripe) de 16 a 22 de novembro. O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento de casos de SRAG no país. A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública.

Os dados laboratoriais por faixa etária mostram que o rinovírus tem sido a principal causa de hospitalização por SRAG em crianças e adolescentes de até 14 anos no Brasil. Nota-se também um leve aumento das notificações de SRAG por metapneumovírus nas crianças de até dois anos.

Embora os casos graves por influenza A já tenham diminuído consideravelmente no Centro-Oeste e mostrem sinais de início de queda ou desaceleração do crescimento em parte do Sudeste (São Paulo e Rio de Janeiro), o vírus continua sendo a principal causa de SRAG entre jovens e adultos de 15 a 49 anos, além de permanecer como uma das principais causas de hospitalização por SRAG entre os idosos, junto com a Covid-19.

“No Pará, por exemplo, o aumento de SRAG ocorre em crianças de 2 a 4 anos de idade e em idosos a partir dos 65 anos. Nas crianças, esse crescimento tem sido impulsionado pelo rinovírus e adenovírus. Já nos idosos, ainda não há dados laboratoriais suficientes para identificar qual vírus tem impulsionado esse aumento”, destaca a pesquisadora do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenadora do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella.

Gráficos do InfoGripe.

 

Oito estados também apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina e Sergipe.

A análise ainda verificou que três das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco: Aracajú (Sergipe), Cuiabá (Mato Grosso) e Vitória (Espírito Santo).

O aumento de SRAG em Aracaju ocorre em crianças pequenas de até dois anos e provavelmente está sendo impulsionado pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Em Cuiabá, o aumento de SRAG ocorre especialmente na faixa etária de 15 a 49 anos, e em Vitória, nas crianças e adolescentes de 5 a 14 anos.

Além disso, cinco capitais também apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Boa Vista (Roraima), Brasília (Distrito Federal), Florianópolis (Santa Catarina), João Pessoa (Paraíba) e Palmas (Tocantins).

Dados epidemiológicos

Em nível nacional, o cenário atual sugere que a situação de cada indicador se encontra nos seguintes níveis casos de SRAG: sinal de queda nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas).

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 37,1% para rinovírus; 26% para influenza A; 14,4% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 5,5% de vírus sincicial respiratório; e 2,3% para influenza B. Com relação aos óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos e no mesmo recorte temporal foi de 40,3% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 30,3% para influenza A; 12,9% para rinovírus; 4% para VSR; e 2% para influenza B.

Referente ao ano epidemiológico 2025, já foram notificados 214.321 casos de SRAG, sendo 112.560 (52,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 78.998 (36,9%) negativos, e ao menos 8.933 (4,2%) aguardando resultado laboratorial. Quanto aos casos positivos do ano corrente, observou-se 38,7% para VSR; 28,7% para rinovírus; 23,1% para influenza A; 8,4% para Sars-CoV-2 (Covid-19); e 1,2% para influenza B. Dentre os óbitos, observou-se 48,6% por influenza A; 23,9% por Sars-CoV-2 (Covid-19); 14,6% por rinovírus; 11,3% por VSR; e 1,8% por influenza B.

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