12 de novembro de 2025
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Praça que recebeu corpos em megaoperação vira polo cultural e gastronômico do Rio

Expectativa é de que o espaço receba investimentos em infraestrutura e eventos que valorizem o entorno

Duas semanas depois de ser palco de um dos momentos mais marcantes da operação mais letal do Brasil, a Praça São Lucas, na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, Zona Norte, ganhou um novo significado. O local foi oficialmente reconhecido pela prefeitura, nesta terça-feira (11), como parte do circuito de polos gastronômicos e culturais da cidade.
O projeto de lei nº 573/2025, de autoria da vereadora Tânia Bastos (Republicanos), havia sido aprovado na Câmara do Rio no dia 17 de outubro, pouco mais de uma semana antes da megaoperação nos Complexos do Alemão e da Penha. No entanto, o texto só foi sancionado pelo prefeito em exercício Luiz Antonio Guaraná, presidente do Tribunal de Contas do Município (TCM), nesta terça-feira. Guaraná substitui Eduardo Paes, que está em agenda na Itália, acompanhado do vice-prefeito Eduardo Cavaliere (PSD) e do presidente da Câmara Municipal, Carlo Caiado (PSD).

O reconhecimento da Praça São Lucas formaliza uma vocação que já existe. A região, além de oferecer diversas opções gastronômicas, é palco de atividades culturais e abriga, todos os sábados, uma feira livre que movimenta o bairro com a venda de artesanatos, comidas típicas e outros produtos locais. Com o novo título, a expectativa é que o espaço receba investimentos em infraestrutura e eventos que valorizem o território.

A novidade empolgou os comerciantes. Morador da região e um dos articuladores do projeto, Marcos Marchesano destacou a importância do reconhecimento. “Aquele local é onde a gente encontra a melhor culinária da Penha. Ser reconhecido como polo é importante porque começamos a ter mais visibilidade. Tudo o que pudermos fazer para trazer mais dignidade e conforto para as pessoas é válido. Nosso objetivo é promover grandes eventos gastronômicos e levar a verdadeira imagem da nossa comunidade para o mundo”, afirmou.

Imagem emblemática rodou o mundo

No dia 29 de outubro, um dia após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha que deixou 121 mortos – 117 suspeitos e quatro policiais – , a Praça São Lucas foi o local onde moradores enfileiraram 63 corpos de suspeitos mortos durante a ação policial. A cena, registrada em fotos e vídeos, repercutiu na imprensa nacional e internacional, tornando-se símbolo da violência no estado.

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