6 de novembro de 2025
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Novo estudo da Firjan mostra potencial de mitigar emissão de gases de efeito estufa no RJ com a reciclagem

O estado do Rio de Janeiro aterra, anualmente, 2,5 milhões de toneladas de resíduos pós-consumo com potencial de reciclagem, como mostrou a edição 2025 do Mapeamento de Recicláveis Pós-Consumo da Firjan. Além de evitar o desperdício econômico e o impacto ambiental, a reintrodução desses materiais em processos produtivos poderia contribuir para a descarbonização do estado. Um novo levantamento da Firjan, divulgado nesta quarta-feira, dia 05/11, indica que poderiam ter sido evitadas, somente no ano de 2023 (ano-base do estudo), as emissões de pelo menos 3 milhões de toneladas de carbono no estado, caso o papel e papelão, plástico, metal e vidro aterrados tivessem sido reciclados.

O cálculo feito considera o gasto evitado de energia ao se substituir insumos virgens por materiais reciclados nos processos de fabricação de novos produtos, bem como emissões que deixariam de acontecer pelo fato de o papel e o papelão não serem enviado para aterros, onde gerariam emissões no seu processo de degradação.
Para ilustrar a relevância dessa oportunidade de mitigação, a quantidade de emissões que deixariam de ser ocorrer, anualmente, com a reciclagem equivalem ao processo de fixação do carbono por 21 milhões de árvores em, no mínimo, 12 mil hectares plantados (ou 12 mil campos de futebol). A título de comparação, o impacto positivo da reciclagem no estado para o clima equivale à compensação de carbono feita por uma floresta equivalente em tamanho ao Município de Niterói.
estado do Rio de Janeiro ocupa a 15ª posição no ranking de maiores emissores de gases de efeito estufa (GEE) do país, segundo dados obtidos no Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) A segunda categoria que mais emite GEE no estado é a que engloba o setor de tratamento de resíduos sólidos e efluentes líquidos, representando 17,6% – total de 12 milhões de toneladas de gases de efeito estufa equivalente (tCO2 eq) em 2023.

è Clique aqui e acesse a íntegra do novo estudoOportunidade de redução de emissões de gases de efeito estufa no Estado do Rio de Janeiro com a reciclagem de resíduos pós-consumo
“Além de gerar novas oportunidades econômicas e de negócios para a indústria, a reciclagem pós-consumo é uma poderosa aliada na redução de emissões e na transição para uma economia de baixo carbono. E contribui diretamente para as estratégias de descarbonização do Estado — e do país”, destaca Jorge Peron Mendes, gerente de Sustentabilidade da Firjan.
De acordo com Peron, as ações de mitigação de GEE do setor de resíduos mais disseminadas são as de captação e aproveitamento do gás metano, gerado pela decomposição dos orgânicos em aterros, já que este é o impacto de emissões mais relevante da atividade de disposição em solo. “No entanto, a recuperação de valor da fração seca dos resíduos também representa uma oportunidade de redução de emissões. Com as novas políticas que buscam incorporar abordagens de economia circular e valorização de resíduos, esta é uma oportunidade ao qual se deve atentar”, destaca.
Idealmente, a rede de reciclagem colaborará mais para a redução de emissões quanto menos o resíduo precisar ser transportado entre pontos de geração e de beneficiamento. Por isso, políticas públicas que fortaleçam a infraestrutura de triagem e recuperação de valor de resíduos próxima aos grandes centros de geração de resíduos sólidos urbanos, onde há adensamento populacional, são essenciais para que o resíduo percorra distâncias cada vez menores, evitando as emissões relacionadas à queima de combustíveis no transporte rodoviário.
A economia da reciclagem
Mapeamento dos Recicláveis Pós-Consumo no Estado do Rio de Janeiro 2025 aponta que 2,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos pós-consumo com potencial de reciclagem são depositados anualmente em aterros fluminenses. São plásticos, papel e papelão, vidro e metais, materiais equivalentes a mais de R$ 2,6 bilhões, literalmente enterrados. Caso fossem reinseridos como insumos na indústria, encadeariam um investimento produtivo adicional de R$ 6 bilhões na economia, proporcionando a geração de renda de R$ 11,6 bilhões, além da criação de 40,6 mil empregos diretos e indiretos. A íntegra do Mapeamento está disponível no Observatório Firjan: Mapeamento dos Recicláveis Pós-Consumo no Estado do Rio de Janeiro | Observatório Firjan.

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