Drones da Polícia Civil revelam cenas de guerra na luta contra narcoterroristas no Alemão e na Penha
O Governo do Estado do Rio de Janeiro divulga, neste domingo (02.11), imagens inéditas de drones da megaoperação contra o principal núcleo armado do país: o Comando Vermelho. Os vídeos mostram a guerra travada nos complexos do Alemão e da Penha contra narcoterroristas armados com fuzis de uso militar, como AK-47, AR-10, FAL, G3 e AR-15, modelos utilizados em zonas de conflito como Síria, Gaza e Iêmen. Dezenas de ruas foram tomadas por barricadas em chamas, usadas pelos criminosos para impedir o avanço das forças de segurança.
As imagens registram ataques coordenados e emboscadas, evidenciando o grau de organização e o poder de fogo do grupo criminoso. Em uma das cenas, policiais civis avançam em área de mata quando são surpreendidos por uma sequência de disparos. Dois agentes são atingidos. O policial Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, da 39ª DP (Pavuna), resgata os colegas feridos. Depois, em cena não registrada, Veloso dá voz de prisão ao autor dos disparos, mas acaba baleado e morto.
-Nosso combatente morreu como herói, tentando salvar a vida dos companheiros. Não podemos normalizar a presença de fuzis na sociedade, nem aceitar que criminosos usem o território fluminense como trincheira de guerra. É exatamente isso que as imagens mostram. O Estado vai continuar enfrentando o crime com coragem, inteligência e com respeito à lei – afirmou o governador Cláudio Castro.
Outra gravação mostra o Complexo do Alemão em chamas, com vários focos de incêndio provocados por barricadas. As imagens revelam a desordem e a tática de guerrilha usada pelos criminosos.
-As imagens falam por si. É um cenário de guerra. Por isso falamos em narcoterrorismo: não é tráfico, é uma estrutura que desafia o Estado e a soberania – analisa o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
A operação teve 2.500 agentes das polícias Civil e Militar. Foram 121 mortos (117 criminosos e quatro policiais) e 113 presos, incluindo 33 de outros estados. Também foram apreendidas 120 armas, sendo 93 fuzis, o maior número em um único dia na história do Rio. O prejuízo ao crime organizado é estimado em R$ 12,8 milhões.
O levantamento da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (CFAE) da Polícia Civil mostra que parte do arsenal tem origem em países como Venezuela, Argentina, Peru, Bélgica, Rússia, Alemanha e Brasil. Há também armas desviadas das Forças Armadas e fuzis montados com peças contrabandeadas e outras compradas pela internet. O material está sob perícia e a Polícia Civil compartilhará dados com o Exército Brasileiro para rastrear a origem dos armamentos.

