No Mês da Consciência Negra, RJ ganha primeira rota quilombola de Magé
Roteiro em cidade da Baixada Fluminense inclui três quilombos – um deles fundado pela liderança quilombola Maria Conga
Os três quilombos existentes em Magé, cidade da Baixada Fluminense, entrarão na rota de visitação, para todo o público, a partir do dia 1º de novembro, um marco no Mês da Consciência Negra. Um deles foi fundado por Maria Conga, liderança quilombola que comandou um movimento de resistência à escravidão ainda no século XVIII.
A rota percorrerá as comunidades Quilombo do Feital, Quilombo Maria Conga e Quilombo de Bongaba, promovendo uma imersão cultural que une gastronomia tradicional, arte, história oral, turismo de memória e protagonismo feminino.
O roteiro inclui café ancestral, almoço quilombola, apresentações culturais, rodas de conversa e vivências comunitárias, culminando com a celebração do Jongo do Quilombo Kilomba, símbolo da resistência e alegria quilombola.
O evento integra o Projeto Afroturístico – Rotas Quilombolas de Magé, proposto pela ACQUILERJ e coordenado pela professora Bia Nunes, com o objetivo valorizar os quilombos fluminenses e fomentar o turismo de base comunitária, gerando visibilidade, renda e reconhecimento para as comunidades tradicionais.
“A dificuldade da população quilombola ainda é muito grande. A nossa defesa do território e de tudo que é relacionado à nossa cultura e tradição ainda são dentro de um contexto de muita luta. O 1º Roteiro Quilombola é o pontapé inicial de uma rota estadual que se inicia em Magé e servirá para conhecermos as nossas origens e continuarmos a luta por sua valorização”, defende Bia Nunes, responsável pelo evento.
Ameaçados por diversos conflitos socioambientais, expansão da urbanização metropolitana e o apagamento histórico, os três quilombos são um registro vivo de uma resistência cultural de três séculos estabelecida nos fundos da baía de guanabara, profundamente enraizados no território que tem na sua ancestralidade e práticas tradicionais – uma base para a salvaguarda da biodiversidade ecossistêmica local.O Quilombo do Feital tem vínculo muito próximo aos manguezais da Baía de Guanabara, com muitos quilombolas trabalhando com a cata de caranguejos, despesca de curral e artesanato de taboa.
O Quilombo Maria Conga, trata-se de uma inserção mais urbana, e tem sua história vinculada diretamente com a liderança quilombola Maria Conga; Já o Quilombo de Bongaba tem como norte a religiosidade (candomblé). Ali, a população busca a construção de uma escola quilombola para a preservação da cultura ancestral.
Quem foi Maria Conga
Maria Conga liderou um importante movimento de resistência à escravidão ainda no século XVIII, quando a população escravizada desembarcava no Porto da Piedade, em Magé. Ela foi a responsável por fundar dois quilombos, um deles leva seu nome e está localizado próximo ao Centro de Magé, e o outro situado junto ao porto da Piedade – é o Quilombo do Feital, também situado no município e parte deste circuito.
SERVIÇO:
01 de novembro de 2025
Feital | Maria Conga | Bongaba – Magé/RJ
Início às 09h00
R$ 100,00 (café da manhã e almoço inclusos)
Feital | Maria Conga | Bongaba – Magé/RJ
Início às 09h00
R$ 100,00 (café da manhã e almoço inclusos)

