‘Quanto mais parcerias econômicas tivermos, melhor’, diz Lula ao fazer balanço da visita à Indonésia
Ao fazer um balanço da visita de Estado à Indonésia nesta sexta-feira (24/10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que a viagem ao país asiático representa mais um passo do Governo do Brasil no sentido de ampliar relações comerciais e abrir mercados aos potenciais nacionais.
‘Não dá para a gente ficar esperando que as pessoas cheguem até o Brasil. Nós, que temos interesse, temos que procurar as pessoas, oferecer o que o Brasil tem de bom para oferecer e o que as pessoas têm de bom para oferecer para o Brasil. Se isso der certo, a gente não vai ter problema no comércio’
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
“Não dá para a gente ficar esperando que as pessoas cheguem até o Brasil. Nós, que temos interesse, temos que procurar as pessoas, oferecer o que o Brasil tem de bom para oferecer e o que as pessoas têm de bom para oferecer para o Brasil. Se isso der certo, a gente não vai ter problema no comércio”, resumiu.
A declaração veio momentos antes do embarque do presidente para a Malásia, onde cumprirá a segunda parte da agenda no Sudeste Asiático, em uma visita de Estado e na participação da Cúpula da Asean. “Eu continuo viajando para ver se a gente aumenta a nossa balança comercial, a nossa reserva em dólares, o nosso investimento também no exterior e atrai novos investimentos para o Brasil”, continuou Lula. Desde o início da gestão do presidente, em janeiro de 2023, mais de 460 mercados foram abertos a produtos do agronegócio brasileiro.
“Nesse mundo confuso, quanto mais parcerias econômicas tivermos, melhor. E não apenas econômicas e comerciais, mas entre as nossas universidades, entre os nossos cientistas, entre os nossos ministros, para que a gente possa efetivamente não ficar dependendo de um único país. Quanto mais comércio a gente tiver, quanto mais forte for a nossa relação, melhor é para o Brasil”, frisou o presidente.
OITO ACORDOS – Ao falar sobre a passagem pela Indonésia especificamente, Lula avaliou a reunião com o presidente Prabowo Subianto como “extraordinariamente boa” e ressaltou os acordos firmados entre as duas nações. “Fizemos oito acordos aqui. Tem uma perspectiva extraordinária em várias atividades e acho que os ministros saem otimistas. Eu saio otimista”, disse, em referência às parcerias em temas como agricultura e pecuária, ciência e tecnologia e na área de energia e recursos minerais. Além da visita de Estado, Lula participou de um fórum bilateral com mais de 100 empresários, entre brasileiros indonésios. A intenção é permitir um saldo nas relações comerciais entre as duas nações, atualmente na faixa dos US$ 6 bilhões anuais.
MULTILATERALISMO – Outro ponto ressaltado pelo presidente brasileiro foi que o governo seguirá com o mantra de defender o multilateralismo e o livre comércio. “Continuamos fazendo a pregação de que é preciso fortalecer o multilateralismo e as instituições que dão garantia ao multilateralismo, para que a gente tenha uma economia mais sólida, menos protecionismo e um comércio mais livre. Esse é um objetivo nosso nessas viagens e acho que as coisas estão acontecendo como prevíamos”.
ANIVERSÁRIO – Lula, que completa 80 anos na próxima segunda-feira (27/10), ainda mencionou a surpresa que recebeu do presidente Subianto: o anfitrião organizou uma festa de aniversário ao líder brasileiro. “Posso dizer que fui surpreendido com a melhor festa de aniversário que já tive. Eu não esperava que fosse tão bonita. Eu só não tive coragem de dançar”, brincou.
RELAÇÃO COMERCIAL – A Indonésia é um dos principais parceiros comerciais do Brasil na Ásia. O país é o 16º maior destino de exportações brasileiras e o 5º no setor do agronegócio. Em 2024, os fluxos comerciais atingiram o patamar recorde de US$ 6,3 bilhões, com superávit brasileiro (US$ 2,6 bilhões). Destacam-se as exportações de farelo de soja (US$ 1,66 bilhão; 37% da pauta) e açúcares (US$ 1,65 bilhão; 37%).
ASEAN – Nesta sexta-feira, Lula foi recebido pelo Secretário-Geral da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Kao Kim Hourn, com quem voltará a se encontrar na Malásia, em Kuala Lumpur, no domingo (26/10), durante a 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Lula agradeceu ao convite para participar do encontro e falou sobre a possibilidade de parcerias entre Brasil e ASEAN. O presidente convidou Kao Kim Hourn para participar da COP30, em Belém (PA), no mês que vem.
ESTRUTURANTE – As relações com a ASEAN constituem eixo estruturante da prioridade atribuída pela política externa brasileira ao adensamento das relações com países do Sudeste Asiático. Do ponto de vista econômico, a corrente comercial do Brasil com os países da ASEAN passou de US$ 3 bilhões em 2002 para US$ 37 bilhões em 2024, um aumento de doze vezes. Em 2024, o bloco foi o quinto maior parceiro comercial do Brasil no mundo, sendo o quarto maior destino das exportações brasileiras e responsável por 20% de todo o superávit da balança comercial nacional, com saldo de USD 15,5 bilhões.

