7 de outubro de 2025
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4 motivos explicam porque o câncer é mais comum em homens do que nas mulheres

A população masculina apresenta até 3 vezes mais risco para a doença

 

O câncer é a segunda enfermidade mais letal no Brasil, ficando atrás apenas das doenças cardiovasculares. Sua origem está nas mutações genéticas de células normais, que passam a crescer e se multiplicar de forma descontrolada. Essas mutações podem ser desencadeadas pela interação de fatores internos (como hormônios e condições imunológicas) e externos (meio ambiente), resultando no surgimento de tumores1.
Estudos2 apontam que os homens apresentam de duas a três vezes mais risco de câncer do que as mulheres. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA)3 estima que a incidência desta neoplasia até o final de 2025 será 17% maior na população masculina do que na feminina, sem considerar o câncer de pele não melanoma.
Os cânceres colorretal, de estômago e de pulmão serão os mais frequentes entre homens e mulheres, excluindo-se os tumores específicos de cada sexo. Embora não se saiba exatamente por que a incidência do câncer é mais frequente na população masculina, os cientistas suspeitam que ela esteja associada a fatores sociais, ambientais e biológicos.
“Não existe ainda uma causa definida para explicar esta discrepância entre sexos, mas sim hipóteses levantadas pela comunidade científica”, afirma a médica Rafaela Pozzobon, da Oncologia D’Or. A seguir, a especialista cita quatro possíveis motivos que levariam os homens a serem mais vulneráveis ao câncer do que as mulheres.

  1. As mulheres costumam cuidar mais do próprio corpo do que seus parceiros. Esta seria uma das explicações para essa diferença?

Resposta – Sim. Esta é a primeira hipótese considerada. O fato é que as mulheres procuram mais os serviços de saúde, preocupam-se mais com o próprio corpo e fazem exames de rotina e rastreamento. Já os homens têm mais resistência em cuidar da saúde e, quando procuram os serviços médicos, o fazem tardiamente.
2. Eles também costumam fumar e beber mais do que as mulheres. Esses hábitos os tornam mais suscetíveis ao câncer?

Resposta – Sim. A segunda variável mais levantada pelos cientistas envolve fatores ambientais mais comuns entre os homens, que aumentam o risco de câncer, como o tabagismo, o etilismo, a obesidade, o sedentarismo e o estresse.
3. Existe alguma prova que sustente esta hipótese?

Resposta – Não existe comprovação ainda. Mas em países como os Estados Unidos, a incidência de câncer na população feminina tem aumentado desde a década de 1990, enquanto na masculina está estável desde 20134.. À medida que a mulher entrou no mercado de trabalho, começou a ter um estilo de vida muito parecido com o dos homens, o que explicaria este movimento.
4. Além de fatores externos, há causas internas para explicar a discrepância na incidência da enfermidade?

Resposta – Estudos sugerem que as mulheres teriam mais proteção contra o câncer por questões biológicas. Pesquisadores americanos estudaram os genes ligados ao cromossomo X, em especial um grupo que suprime os tumores. Como as mulheres têm dois cromossomos X e os homens apenas um, elas estariam mais protegidas do câncer do que eles. Nos homens, bastaria a mutação de uma cópia para causar a perda do inibidor de células malignas. Esse fato não ocorreria nas mulheres. Se confirmada, essa teoria abre a possibilidade para o desenvolvimento de novos tratamentos para o câncer.
Referências

  1. Instituto Nacional do Câncer (INCA). Disponível em: Link.
  2. Sarah Jackson. Sex differences in cancer incidence among solid organ transplant recipients. Journal of the National Cancer Institute, Volume 116, Issue 3, 2024, Pages 401–407.
  3. Instituto Nacional de Câncer (Brasil). Estimativa 2023: incidência de câncer no Brasil/Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2022
  4. Don Dizon et al. Cancer statistics 2024: All hands on deck. CA Cancer J Clin. 2024;74:8–9

 

Sobre a Oncologia D’Or

 

Criada em 2011, a Oncologia D’Or é o projeto de oncologia da Rede D’Or formado por clínicas especializadas no diagnóstico e tratamento oncológico e hematológico, com padrão de qualidade internacional, e que atualmente está presente em onze estados brasileiros e no Distrito Federal.

O trabalho da Oncologia D’Or tem por objetivo proporcionar não apenas serviços integrados e assistência ao paciente com câncer com elevados padrões de excelência médica, mas um ambiente de suporte humanizado e acolhedor. A área de atuação da Oncologia D’Or conta com uma rede de mais de 55 clínicas e tem em seu corpo clínico mais de 500 médicos especialistas nas áreas de oncologia, radioterapia e hematologia e equipes multidisciplinares que trabalham em estreita parceria com o corpo clínico da maioria dos mais de 77 hospitais da Rede D’Or.

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