4 motivos explicam porque o câncer é mais comum em homens do que nas mulheres
A população masculina apresenta até 3 vezes mais risco para a doença
O câncer é a segunda enfermidade mais letal no Brasil, ficando atrás apenas das doenças cardiovasculares. Sua origem está nas mutações genéticas de células normais, que passam a crescer e se multiplicar de forma descontrolada. Essas mutações podem ser desencadeadas pela interação de fatores internos (como hormônios e condições imunológicas) e externos (meio ambiente), resultando no surgimento de tumores1.
Estudos2 apontam que os homens apresentam de duas a três vezes mais risco de câncer do que as mulheres. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA)3 estima que a incidência desta neoplasia até o final de 2025 será 17% maior na população masculina do que na feminina, sem considerar o câncer de pele não melanoma.
Os cânceres colorretal, de estômago e de pulmão serão os mais frequentes entre homens e mulheres, excluindo-se os tumores específicos de cada sexo. Embora não se saiba exatamente por que a incidência do câncer é mais frequente na população masculina, os cientistas suspeitam que ela esteja associada a fatores sociais, ambientais e biológicos.
“Não existe ainda uma causa definida para explicar esta discrepância entre sexos, mas sim hipóteses levantadas pela comunidade científica”, afirma a médica Rafaela Pozzobon, da Oncologia D’Or. A seguir, a especialista cita quatro possíveis motivos que levariam os homens a serem mais vulneráveis ao câncer do que as mulheres.
- As mulheres costumam cuidar mais do próprio corpo do que seus parceiros. Esta seria uma das explicações para essa diferença?
Resposta – Sim. Esta é a primeira hipótese considerada. O fato é que as mulheres procuram mais os serviços de saúde, preocupam-se mais com o próprio corpo e fazem exames de rotina e rastreamento. Já os homens têm mais resistência em cuidar da saúde e, quando procuram os serviços médicos, o fazem tardiamente.
2. Eles também costumam fumar e beber mais do que as mulheres. Esses hábitos os tornam mais suscetíveis ao câncer?
Resposta – Sim. A segunda variável mais levantada pelos cientistas envolve fatores ambientais mais comuns entre os homens, que aumentam o risco de câncer, como o tabagismo, o etilismo, a obesidade, o sedentarismo e o estresse.
3. Existe alguma prova que sustente esta hipótese?
Resposta – Não existe comprovação ainda. Mas em países como os Estados Unidos, a incidência de câncer na população feminina tem aumentado desde a década de 1990, enquanto na masculina está estável desde 20134.. À medida que a mulher entrou no mercado de trabalho, começou a ter um estilo de vida muito parecido com o dos homens, o que explicaria este movimento.
4. Além de fatores externos, há causas internas para explicar a discrepância na incidência da enfermidade?
Resposta – Estudos sugerem que as mulheres teriam mais proteção contra o câncer por questões biológicas. Pesquisadores americanos estudaram os genes ligados ao cromossomo X, em especial um grupo que suprime os tumores. Como as mulheres têm dois cromossomos X e os homens apenas um, elas estariam mais protegidas do câncer do que eles. Nos homens, bastaria a mutação de uma cópia para causar a perda do inibidor de células malignas. Esse fato não ocorreria nas mulheres. Se confirmada, essa teoria abre a possibilidade para o desenvolvimento de novos tratamentos para o câncer.
Referências
- Instituto Nacional do Câncer (INCA). Disponível em: Link.
- Sarah Jackson. Sex differences in cancer incidence among solid organ transplant recipients. Journal of the National Cancer Institute, Volume 116, Issue 3, 2024, Pages 401–407.
- Instituto Nacional de Câncer (Brasil). Estimativa 2023: incidência de câncer no Brasil/Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, 2022
- Don Dizon et al. Cancer statistics 2024: All hands on deck. CA Cancer J Clin. 2024;74:8–9
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