Presidente do CREA-RJ defende expansão do metrô para Niterói e São Gonçalo
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio, engenheiro Miguel Fernández, voltou a defender a expansão do metrô para Niterói e São Gonçalo, ao participar de audiência pública promovida pela Frente Parlamentar Pró-Ferrovias, na Assembleia Legislativa do Rio, nesta sexta-feira, dia 3 de outubro.
“Enquanto São Paulo hoje opera com seis frentes de obras para ampliação de seu metrô, o Rio de Janeiro não tem um projeto. Por isso, queremos convidar a Frente Parlamentar Pró-Ferrovias para encampar a defesa do projeto da Linha Três do Metrô, que poderá integrar o Centro do Rio de Janeiro à Região de Niterói e São Gonçalo. Esta é uma obra fundamental para que a gente possa ter a conexão entre os dois maiores centros urbanos do estado e com baixo consumo de carbono”, afirmou Fernández, lembrando que 50 anos depois da Ponte Rio-Niterói se discute a importância de uma grande obra de infraestrutura, como o metrô para o outro lado da Baía de Guanabara, para melhorar a mobilidade urbana.
Inaugurado em 1979, o metrô do Rio conta hoje com 41 estações e cerca de 57 quilômetros de extensão, distribuídos em 3 linhas (1, 2 e 4), e com movimento médio de cerca de 660 mil passageiros em dias úteis. O sistema é o quarto maior em extensão e o terceiro maior em movimento entre os sistemas metroferroviários em operação no Brasil, atrás apenas dos sistemas de trem metropolitano e metrô da Região Metropolitana de São Paulo.
O presidente do CREA-RJ manifestou também apoio para que recursos do Fundo Estadual de Controle Ambiental (Fecam) sejam usados na expansão do sistema ferroviário, já que é um modal de baixíssima emissão de carbono.
O presidente da Frente Parlamentar Pró-Ferrovias, deputado Luiz Paulo, defendeu que as discussões sobre a ampliação do metrô sejam retomadas a partir do trecho Estácio-Cruz Vermelha-Carioca-Praça Quinze, cujo planejamento original data dos anos 1970. O diretor do CREA-RJ, engenheiro Luiz Carneiro, lembra que o projeto da Linha 3 está parado e beneficiaria cerca de dois milhões de pessoas. O trecho ligando o Centro a Guaxindiba seria todo subterrâneo por meio de um túnel de cinco quilômetros e meio de extensão na rocha.
O tema central da audiência pública foi a situação da SuperVia. Em defesa do futuro dos trens no estado, o presidente da Frente Parlamentar Pró-Ferrovias, deputado estadual Luíz Paulo, anunciou que irá enviar ofício à Procuradoria Geral do Estado para saber o prazo definido no acordo entre o governo e a concessionária SuperVia para a transição do serviço dos trens no Estado do Rio de Janeiro.
“Precisamos saber sobre a realização do certame, qual o prazo real de transição se vai ser mesmo 60 dias ou mais, se já existe acordo celebrado com o BNDES, e se não há, qual a hipótese de demandas judiciais atrapalharem o processo de realização do certame e de transição”, afirma deputado Luiz Paulo.
O contrato entre a SuperVia com o Estado do Rio, assinado em 26 de novembro de 2024, tinha duração inicial de 180 dias, podendo ser prorrogado por mais 90 dias. O prazo máximo de 270 dias terminou em 23 de agosto, mas, até o momento, não houve alterações na gestão. A prorrogação ainda não foi assinada oficialmente entre governo estadual e concessionária para evitar a interrupção do transporte.
O representante da Secretaria de Transportes do estado, Vinícius Gama, disse que o prazo da SuperVia será até novembro deste ano e depois mais três meses para a transição para nova operação e o controle dos trens.
O deputado Luiz Paulo (PSD) cobrou também explicações da Secretaria de Transportes sobre a situação dos 2500 funcionários. Ele disse que vai enviar ofício à PGE para saber como será a sucessão trabalhista entre a concessionária e a possível nova operadora. Ele também questionou sobre os aportes de R$ 300 milhões para garantir o funcionamento do serviço.
Também participaram da audiência o presidente da Associação dos Engenheiros Ferroviários, Marcelo Costa; Licínio Machado, coordenador do Fórum Permanente de Mobilidade Urbana da Região Metropolitana; Eduardo Duprat, representante da secretaria de Planejamento; Vinícius Gama, chefe de gabinete da Secretaria de Transportes; e Yubirajara Corrêa, assessor jurídico da Agetransp.