Hospital Geral de Nova Iguaçu registra aumento em captação de órgãos e emociona com homenagem aos doadores
O Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) registrou crescimento na captação de órgãos e tecidos para transplantes: de janeiro a agosto de 2025, foram 75 notificações de possíveis doadores — 32% a mais que no mesmo período de 2024 — e 28 doações efetivadas, aumento de 16%. Atualmente, cerca de 47 mil pessoas aguardam por transplantes no país, segundo o Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Um dos principais desafios das equipes é conseguir a autorização das famílias, que enfrentam o luto após a perda de um ente querido.
“Renasci graças a um transplante. Hoje tenho duas datas de aniversário”. A frase impactante é de Alexandre Guimarães, de 45 anos, que há quase um ano passou por um transplante de fígado e teve sua vida transformada. No dia 16 de novembro de 2024, ele ganhou uma nova chance de viver e retornou ao hospital não mais como paciente, mas para participar da homenagem em alusão ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, que será celebrado em 27 de setembro.
“Foi aqui na Posse, no HGNI, que, durante exames e cirurgias para tratar um problema nos rins, os médicos descobriram minha cirrose. Este hospital é meu elo com a vida. Hoje volto renovado para mostrar que cada doação salva e transforma vidas”, relatou Alexandre, emocionando as 20 famílias de doadores presentes.
Entre os presentes estava Viviane Dias, cuja irmã Glauce faleceu na virada do ano. Após a confirmação da morte encefálica, a família decidiu autorizar a doação de órgãos.
“O filho dela teve a primeira atitude de querer doar, e todos concordamos. Ela sempre foi uma pessoa alegre, e esta foi nossa forma de estender seu legado. Saber que cada doação pode ajudar até oito pessoas nos dá esperança”, afirmou Viviane, emocionada.
Durante a cerimônia, cada família recebeu um cacto de suculenta, planta que simboliza a multiplicação da vida, e foi convidada a pendurar um tsuru, origami em formato de pássaro, na árvore da vida. Segundo a tradição japonesa, ao dobrar mil tsurus será concedido um desejo.
“Cada vez que uma família diz ‘sim’, fazemos um tsuru com o nome do doador. Queremos chegar ao milésimo para que ninguém precise sair da fila de transplante por falta de tempo, mas sim porque recebeu a chance de viver”, explicou Roberta Carvalho, coordenadora da CIHDOTT.
Números que salvam vidas
De janeiro a agosto de 2025, o HGNI registrou 75 notificações de potenciais doadores, com 33 autorizações familiares e 28 doações efetivadas. Foram captados 26 rins, 20 fígados, 12 córneas, três tecidos de osso/pele e um coração. O hospital segue crescendo ano após ano e se consolidou como um dos principais do estado do Rio de Janeiro em notificações e captação de órgãos.
Para se tornar um doador de órgãos, o passo mais importante é conversar com a sua família sobre a sua decisão. Não é necessário registrar essa vontade em cartório. Hoje, você também pode indicar que é doador diretamente na sua Carteira de Identidade Nacional (CIN), tornando oficial essa escolha que pode salvar vidas.