16 de setembro de 2025
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6ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres mobiliza delegadas no Rio Grande do Sul

Com a presença da ministra Márcia Lopes, evento em Porto Alegre irá definir as propostas prioritárias e eleger as representantes para a etapa nacional, em Brasília

A 6ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres do Rio Grande do Sul (6ª CEPMRS) foi aberta nesta sexta-feira (12), no Hotel Ritter, em Porto Alegre. Organizado pelo Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio Grande do Sul (CEDM/RS) e pela Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, o encontro reúne autoridades, movimentos sociais e representantes da sociedade civil para debater políticas públicas e o fortalecimento da participação social e política das mulheres.

Com o tema “Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas”, o encontro, que segue até amanhã (14), irá definir as propostas prioritárias e eleger as 102 delegadas que representarão as mulheres gaúchas na 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (5ª CNPM), que acontece de 29 de setembro a 1º de outubro, em Brasília.

Durante a abertura, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, destacou a responsabilidade das delegadas. “Vocês representam 5,8 milhões de mulheres deste estado, espalhadas por 497 municípios. Mais de 51% da população gaúcha são mulheres. É uma grande responsabilidade de vocês, e eu espero que saiam daqui com essa consciência”, afirmou.

Márcia Lopes também reforçou a importância do caráter democrático das conferências. “Uma conferência é o espaço que a Constituição Federal nos deu. Lutamos muito para que conselhos, fóruns e conferências fossem garantidos como instrumentos de participação popular. Nada pode acontecer no município, no estado ou no governo federal em relação às mulheres sem que os conselhos deliberem sobre isso”, destacou.

A ministra chamou atenção para os índices alarmantes de violência contra as mulheres no estado. “O Rio Grande do Sul é o sétimo em feminicídios e o sexto em casos de estupro, com mais de 2,2 mil registros só em 2025. Nós não podemos admitir isso. Temos que dar visibilidade a esses dados, porque esta conferência também prepara o próximo Plano Estadual de Política para as Mulheres”, afirmou.

Ela lembrou ainda que, após mobilização da sociedade civil, o estado contará com uma Secretaria de Políticas para as Mulheres. “Temos uma lei estadual que será sancionada nos próximos dias, criando a Secretaria de Estado de Política para as Mulheres, com uma mulher à frente dessa estrutura. Isso é fundamental para avançar”, ressaltou.

Ao projetar a etapa nacional, a ministra afirmou que a 5ª CNPM será um marco na construção de políticas públicas para as mulheres. “Queremos fazer dessa conferência um grande marco histórico do Brasil. A partir dela, teremos toda a autoridade e legitimidade para dizer que construiremos o melhor Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Esse plano precisa interferir no orçamento federal, estadual e municipal, garantindo recursos e ações em todas as áreas”, declarou.

Quem foi Miguelina Vecchio

A conferência leva o nome de Miguelina Vecchio, histórica militante feminista e defensora dos direitos das mulheres no Rio Grande do Sul. Sua trajetória foi marcada pela atuação em movimentos sociais, na luta contra a ditadura militar e na defesa da democracia, sendo referência para diferentes gerações de mulheres engajadas na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Inauguração do Banco Vermelho

Ainda na capital gaúcha, a ministra participou da inauguração do Banco Vermelho no Hospital Nossa Senhora da Conceição. A intervenção urbana integra a campanha nacional de enfrentamento ao feminicídio e simboliza a luta pela conscientização e mobilização da sociedade contra a violência de gênero.

5ª CNPM

A 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres será realizada de 29 de setembro a 1º de outubro de 2025, em Brasília. O encontro é promovido pelo Ministério das Mulheres e pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), com ampla participação da sociedade civil representada por entidades, organizações e movimentos sociais.

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