Esquadrão Antibomba apreende artefato explosivo no Quitungo
O Esquadrão Antibomba da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) apreendeu, nesta terça-feira (5), um artefato explosivo na comunidade do Quitungo, em Brás de Pina, na Zona Norte. O objeto funciona como munição para uma arma antitanque. A apreensão ocorreu durante as diligências da Operação Rede Obscura, contra empresas clandestinas de internet.
De acordo com a Polícia Civil, a munição de lança rojão estava sem carga explosiva. O equipamento passará por exame técnico pericial para apontar sua origem.
A Operação Rede Obscura tem o objetivo de cumprir 17 mandados de busca e apreensão em endereços vinculados a empresas que exploram clandestinamente o serviço de internet na Zona Norte, com ligação direta com facções criminosas.
A ação é um desdobramento de uma investigação, que teve início a partir da análise de dados técnicos e relatos encaminhados à Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), indicando a existência de provedores atuando de forma irregular em comunidades. No decorrer da apuração dos fatos, os agentes determinaram a atuação de empresa, vinculada ao Comando Vermelho, operando na região do Quitungo, e outra instituição com ligação ao Terceiro Comando Puro, com atuação predominante em Cordovil, Cidade Alta e adjacências.
De acordo com os agentes, a investigação demonstrou que ambas atuam com apoio logístico de criminosos armados, que impedem a entrada de operadoras licenciadas, promovendo, inclusive, o vandalismo de redes técnicas e a destruição de cabos de fibra óptica.
Na comunidade do Quitungo, os policiais constataram a existência de postos de vigilância armada e de grande restrição à mobilidade institucional, o que reforçou que as atividades empresariais ocorriam sob proteção armada do CV.
Segundo o delegado Pedro Brasil, titular da DDSD, as empresas têm autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para operar, mas atuam junto ao crime organizado.
“São duas empresas grandes atuando e as duas possuem um CNPJ regular. Entretanto, a sua forma de agir é irregular, porque eles impõem um monopólio forçado por conta das organizações criminosas que atuam nesses territórios. Na verdade, a sua atuação é vinculada a essas organizações e trazem prejuízos incalculáveis à população”, explicou.