26 de agosto de 2025
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Escola municipal do Rio transforma obras de artistas plásticos e alunos em museu a céu aberto

A Escola Municipal Embaixador Oscar Tenório, na Gávea, na Zona Sul do Rio, criou um verdadeiro museu a céu aberto. As obras de arte foram produzidas por artistas profissionais e pelos alunos, a maioria da Favela da Rocinha.

A iniciativa, além de mobilizar os jovens do colégio e despertar o interesse deles para mundo das artes, também proporcionou uma ligação única entre estudantes e a escola.

O projeto foi desenvolvido e financiado pela Ong Move Rio, que utilizou o dinheiro de leilões para promover a transformação na unidade de ensino da Prefeitura do Rio.

ONG Move Rio usa dinheiro de leilão para beneficiar escola pública na Gávea, na Zona Sul do Rio. — Foto: Reprodução redes sociais

A mudança que começou nas paredes internas da quadra de esporte, ganhou a rua. O muro do colégio localizado na Rua Manoel Ferreira virou um museu, com alguns painéis que mostram diferentes realidades e muitos significados.

“Fazer essa ponte entre os alunos e quem está lá fora acho que o museu tá cumprindo muito bem essa função. Revelar tudo isso que tá aqui, essa beleza que tem aqui dentro”, comentou a diretora da Ong, Maria Uchôa.

Em uma das obras de arte, os alunos desenharam imagens que representam a potência negra.

“O antirracismo traz a força e a potência dos povos pretos e é isso que está representado aí. A capoeira, o passinho, o funk, a dança, a mulher”, comentou a professora Mariane Catanzaro.

 

Ilusão de ótica

O projeto incluiu ainda a intervenção de artistas profissionais, como o painel com os grafismos de Herbert Sobral, uma obra que atrai pela beleza e pela ilusão de ótica.

O painel de Herbert Sobral atrai pela beleza e pela ilusão de ótica. De perto, o que parecia ser um azulejo se revela uma obra única. — Foto: Reprodução TV Globo

Para quem olha de longe, são azulejos nas cores azul e branco, um mosaico que lembra a cultura portuguesa, bastante presente no Rio de Janeiro. Contudo, quando se observa de perto, surgem os alunos e suas características individuais.

O artista plástico Herbet contou como fez para desenvolver esse trabalho fotográfico minucioso.

“Eu tirei foto deles, um por um. Depois eu recortei e fiz essa montagem. A brincadeira é que de longe você vê só os azulejos e de perto você vê a identidade dos alunos”, explicou o artista plástico.

 

Sonhando com o futuro

Outro painel que ilumina o muro da escola apresenta uma obra de arte com centenas de fitinhas brancas penduradas.

No quadro, as palavras: ‘Queremos ser’. Nas fitinhas, os desejos dos adolescentes:

  • “Meu sonho é fazer robótica”
  • “Ajudar minha família e retribuir tudo que eles fizeram por mim”
  • “Eu quero ser poeta”
  • “Mudar o mundo”
  • “Ter uma boa relação com a minha mãe”
  • “Viajar pelo mundo”

 

Para a artista plástica Carol Chediak, a obra junta arte e sonhos.

“Foi lindo de ver acontecer esse desabrochar, ver o rosto se iluminando quando eu perguntava se tinha algum sonho. E ia me surpreendendo a abertura que eles iam tendo para essa conversa”, comentou Carol.

 

Gabriel Simonetti, outro artista que participou do projeto, também criou um mural a partir da conversa com outros alunos. Ele retratou a importância da educação e do esporte na vida dos jovens.

“A mensagem do painel foi colocar o estudo como uma forma para chegar na liberdade. E o esporte como uma forma de ter união, ter uma amizade entre eles também”, disse Gabriel.

Escola municipal do Rio transforma obras de artistas plásticos e alunos em museu a céu aberto — Foto: Reprodução TV Globo

“A arte e a educação são duas forças transformadoras. Quando as crianças chegam e percebem à escola transformada desse jeito e tendo a participação deles, os sonhos deles expressos, a visão deles em vários cantos da escola, a gente mostra que isso se tornou mais acolhedor”, comentou o diretor do colégio Marcelo Conceição.

Na opinião do diretor, uma escola que conta com a participação dos alunos para seus projetos se torna mais atraente para os próprios estudantes.

“Se tornou mais atraente pra eles. É isso que a gente precisa que a escola seja, um espaço criativo, construtivo e mais atraente do que aquilo está lá fora”, completou Marcelo.

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