Sem viradas e poder de reação, Vasco acumula derrotas elásticas e chega à reta final em situação crítica
A limitação do elenco do Vasco é notória, mas vem chamando a atenção, ao longo do Brasileiro, a fragilidade emocional do time. Em momentos distintos, com treinadores diferentes, a equipe teve atuações apáticas e foi goleada.
Com o 3 a 0 para o Fortaleza, já são sete derrotas com diferença de três ou mais gols no Campeonato Brasileiro. Em comum, o descontrole emocional após sofrer o primeiro gol. Em todas elas o time se desestabilizou, deixou o adversário tomar controle do jogo e não esboçou qualquer reação.
– Começamos bem o jogo, apertamos eles, tivemos uma bola na trave. Depois do gol, houve um descontrole. Não conseguimos fazer o que treinamos. Não fizemos o que traçamos para o jogo. É lamentar e vida que segue – analisou Luxemburgo, após a derrota do Fortaleza.
Derrotas por 3 ou mais gols no Brasileiro
Rodada | Placar | Local | Técnico |
13ª rodada | 1 x 4 Atlético-MG | Mineirão | Ramon Menezes |
14ª rodada | 0 x 3 Bahia | Fonte Nova | Ramon Menezes |
23ª rodada | 1 x 4 Ceará | São Januário | Sá Pinto |
24ª rodada | 0 x 4 Grêmio | Arena do Grêmio | Sá Pinto |
27ª rodada | 0 x 3 Athletico-PR | Arena da Baixada | Sá Pinto |
31ª rodada | 1 x 4 Bragantino | Nabi Abi Chedid | Luxemburgo |
35ª rodada | 0 x 3 Fortaleza | Castelão | Luxemburgo |
Das sete goleadas sofridas, apenas na derrota por 4 a 1 para o Atlético-MG, ainda sob o comando de Ramon Menezes, o Vasco saiu na frente. Ainda assim, logo sofreu o empate e levou quatro gols antes do intervalo.
Poder de reação, aliás, tem sido algo praticamente nulo na campanha do Vasco no Brasileirão. Em 35 rodadas, o time não conseguiu sequer uma virada na competição.
– Se tivéssemos poder reação, em uma situação diferente, nós não estaríamos brigando nessas posições, né? Então é uma coisa que está caracterizada e temos que entender que estamos na parte de baixo da tabela. Se tomar um gol, fica difícil. Então, há uma série de coisas que sabemos que existem e que não queremos ficar tratando elas na parte externa, porque não traz benefício nenhum – disse Luxa.
Ser vazado é praticamente sinônimo de derrota
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Além de não ter virado jogos, mais um sintoma do quase inexistente poder de reação da equipe no Brasileiro, o Vasco dificilmente consegue empatar uma partida após sofrer o primeiro gol. Saiu perdendo 16 vezes na competição, mas só chegou à igualdade nos jogos com Santos, Fluminense e Palmeiras.
Contra o Peixe, ficou em desvantagem duas vezes, mas chegou ao 2 a 2. Diante do Tricolor, empatou nos acréscimos do duelo em São Januário: 1 a 1. O mesmo placar foi construído com o Palmeiras, no Allianz Parque, quando Benítez igualou com um golaço de falta – Breno Lopes havia aberto o placar.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
Quarta pior defesa
O curioso é que o Vasco, principalmente na primeira parte do campeonato, teve o setor defensivo elogiado. Foi com uma defesa sólida que o time venceu os três primeiros jogos, chegou a liderar o Brasileiro e navegou pela parte de cima da tabela durante boa parte do primeiro turno.
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Os zagueiros, aliás, estão longe de serem os pontos fracos da equipe. Apesar de ter passado por um momento ruim sob o comando de Ricardo Sá Pinto, Leandro Castan é capitão e um dos protagonistas do Vasco. Ricardo Graça e Marcelo Alves vinham de boas atuações recentes. E o Vasco não sofreu gol em 10 das 35 rodadas do Brasileirão.
Nessas sete goleadas sofridas, no entanto, o Vasco levou 25 dos 52 gols, quase 50% das vezes em que foi vazado em todo Brasileirão. Hoje, o clube tem a quarta pior defesa da competição, à frente somente de Goiás (60), Botafogo (58) e Bahia (58).
Piores defesas do Brasileirão
Time | Gols sofridos |
Goiás | 60 |
Bahia | 58 |
Botafogo | 58 |
Vasco | 52 |
Santos | 48 |
Ceará | 47 |
Coritiba | 47 |
Contra o Inter, é provável que Graça e Castan joguem juntos pela primeira vez sob o comando de Luxemburgo, uma vez que Marcelo Alves está suspenso. Quando chegou ao Vasco, no início do ano, o treinador trabalhou com essa dupla para sua estreia contra o Atlético-GO. No entanto, na véspera da partida, Ricardo Graça teve uma crise de apendicite e precisou ser operado. Werley atuou ao lado de Castan.