Prigojin falou sobre ameaças de mortes dias antes da queda de seu avião: ‘tudo está ok’

Embora o Kremlin tenha confirmado, por meio de um teste de DNA, que Yevgeny Prigojin estava entre os mortos no acidente aéreo que vitimou o topo da cadeia de comando do Grupo Wagner, o líder mercenário voltou a aparecer nesta quinta-feira. Em um vídeo distribuído por canais de Telegram russos, provavelmente gravado em data próxima ao acidente, Prigojin fala sobre os rumores de que sua vida estaria em perigo, e afirma que “tudo está ok”.

— Para aqueles que estão discutindo se eu estou vivo ou não, como eu estou… agora, fim de semana, segunda metade de agosto de 2023, eu estou na África. Então, para as pessoas que gostam de discutir sobre me matar, ou sobre minha vida privada, ou sobre quanto eu ganho e tudo mais: tudo está ok — diz Prigojin no vídeo, segundo tradução do jornal britânico The Guardian do original divulgado pelo canal russo “Grey Zone”, um dos mais populares do Telegram sobre a guerra na Ucrânia.

No canal russo, o vídeo foi divulgado sem uma contextualização sobre o local ou a data exata da gravação. No entanto, Prigojin aparece com as mesmas roupas que utilizou em outro vídeo, publicado há dez dias, no qual dizia estar na África para tornar o continente “mais livre”. À época do primeiro vídeo, especulava-se que o Grupo Wagner poderia retornar a suas missões pré-invasão da Ucrânia, com foco em uma atuação na África e no Oriente Médio.

No entanto, dois dias após a divulgação do vídeo na África, Prigojin morreu em um acidente aéreo suspeito, que os EUA e todo o bloco ocidental apontam como provocado pela Rússia. Moscou nega qualquer relação com a queda da aeronave e autoridades se referiram às afirmações do Ocidente como uma “mentira absoluta”.

Prigojin foi enterrado na terça-feira desta semana em uma cerimônia privada, nos arredores de São Petersburgo. O funeral ocorreu de forma discreta, bem diferente do estilo do líder mercenário, que buscava os holofotes da mídia e as redes sociais para exibir sua influência e brutalidade.

O segredo em torno da organização do enterro e a cerimônia reservada evitaram que o local se tornasse alvo de manifestações de apoio. Desde que a notícia da morte dele começou a circular, admiradores do paramilitar depositaram flores em homenagens improvisadas, na capital e em outras cidades do país.

O presidente russo, Vladimir Putin, com quem o líder mercenário tinha uma relação muito próxima até a tentativa de insurgência, em junho deste ano, não compareceu à cerimônia.

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