Prefeitura de Itatiaia desenvolve ações voltadas para o atendimento do Transtorno do Espectro Autista
Nesta terça-feira (02/04) transcorre o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. Em Itatiaia, a Secretaria de Saúde vem disponibilizando atendimento especializado para as crianças com em TEA (Transtorno do Espectro Autista), no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), com a psicóloga Taíza de Oliveira Melo à frente do trabalho.
Atualmente, em torno de 40 a 50 crianças são acompanhadas pelo Centro. Além disso, a rede pública tem fisioterapeuta especializada, psicóloga com especialização em ABA (Análise do Comportamento Aplicada) e a especialidade de neuropediatria.
A Secretaria de Saúde também está entregando a CIPTEA (Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista), que traz mais segurança e autonomia para os beneficiários do serviço, caso seja necessária ajuda ou apoio em momento de crise, por exemplo.
Taíza explica que a demanda em torno da carteira está crescendo e informa que as próprias famílias podem fazer o cadastro, em casa, através do site https://www.sociaut.com/cidade-emissao-cartao. “Quando prontas, as carteirinhas podem ser retiradas no CAPS”, afirma.
Taíza adianta que, como psicóloga, no CAPS avalia crianças que procuram o setor com suspeita de TEA. Algumas são encaminhadas pela área da Educação ou de outro setor da Saúde.
“Às vezes, parte dos próprios pais procurarem ajuda. Quando é fechado o diagnóstico, faço as orientações necessárias pra cada família. Atendo individualmente também algumas mães, que trazem dúvidas sobre os filhos e outras situações”, diz Taíza, acrescentando que no CAPS há ainda um psiquiatra infantil, que também avalia e acompanha as crianças.
Educação
Segundo a Secretaria de Educação, em torno de 100 alunos da rede municipal possuem o TEA. A questão é uma das que são enfocadas durante todo o ano, nas formações continuadas dos docentes. No entanto, a data foi lembrada especificamente na rede municipal de ensino, onde unidades realizam ações de conscientização sobre o TEA, direcionadas pelas professoras do atendimento educacional especializado.
Uma delas que está realizando atividades é o Colégio Municipal Reinaldo Maia Souto. Na programação consta rodas de conversa e construção de painéis, para dividir experiências, estimular o acolhimento e a inclusão.
Transtorno do Espectro Autista
A OMS (Organização Mundial de Saúde) avalia que uma em cada 100 crianças em todo o mundo sejam afetadas pelo o TEA (Transtorno do Espectro Autista). A data (02 de abril), instituída em 2007 pela ONU (Organização das Nações Unidas), tem o objetivo de dar visibilidade ao Transtorno do Espectro Autista, difundir informações sobre essa condição do neurodesenvolvimento humano e reduzir o preconceito que cerca a questão.
Especialistas afirmam que o TEA é caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social, podendo envolver outras questões como comportamentos repetitivos, interesses restritos, problemas em lidar com estímulos sensoriais excessivos (som alto, cheiro forte, multidões), dificuldade de aprendizagem e adoção de rotinas muito específicas.
O transtorno é compreendido como um espectro de manifestação bastante heterogênea, ocorrendo de maneiras diferentes, com sinais mais ou menos evidentes em algumas pessoas. Pode se manifestar em três níveis, que são definidos pelo grau de suporte que a pessoa necessita: nível 1 (suporte leve), nível 2 (suporte moderado) e nível 3 (suporte elevado), sendo importante ter um diagnóstico precoce, já que os primeiros sinais do transtorno podem aparecer no segundo ano de vida.
Atualmente o Brasil possui uma Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Conhecida como Lei Berenice Piana, criada em 2012, o dispositivo garante aos autistas o diagnóstico precoce, tratamento, terapias e medicamento pelo Sistema Único de Saúde, além do acesso à educação, proteção social e trabalho.
A política pública nacional considera o indivíduo com TEA pessoa com deficiência para todos os efeitos legais. Em 2020 foi criada a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, que pode ser emitida gratuitamente por estados e municípios. O documento é uma resposta à impossibilidade de identificar o autismo visualmente, facilitando a ele o acesso a atendimentos prioritários e a serviços a que tem direito, como estacionar em uma vaga para pessoas com deficiência.