Pré-carnaval leva blocos às ruas e ensaios para a Sapucaí

Como dá praia quase o ano todo, no domingo de sol ontem muitas pessoas trocaram o banho de mar pela alegria do pré-carnaval carioca. A agenda esteve lotada com atrações como os blocos Me Chama, na Barra, a Sinfônica Ambulante, no Aterro do Flamengo, e o Só Caminha, no Humaitá. Já a chuva que caiu forte no fim da tarde chegou a cancelar um encontro da Portela com o Império Serrano nas ruas de Madureira. Mas, à noite, não impediu um ensaio técnico cheio de energia da Mocidade e da Mangueira na Sapucaí.

Blocos animam a cidade no domingo. Na foto, Bloco Só Caminha
Blocos animam a cidade no domingo. Na foto, Bloco Só Caminha Foto: Divulgação/Alexandre Medeiros/Riotur

Entre os blocos que agitaram a programação, no Só Caminha, o samba era em homenagem a Jô Soares. E no ritmo de uma bateria com mais de cem ritmistas, o clima era de celebração da volta da folia de rua, após dois carnavais de restrições devido à Covid-19.

— Estamos há dois anos sem sair por causa da pandemia. O povo precisa desse calor. O carnaval do Rio é feito com muito amor — afirmava Gabriel Antunes, fundador do bloco ao lado de amigos que cresceram no Humaitá.

Moradora de Botafogo, a aposentada Ângela Lima se deixou levar pela festa:

— A energia do carnaval é maravilhosa. Adoro esse bloco! Dá pra se divertir com tranquilidade.

Na Sinfônica Ambulante, adultos e crianças dançaram ao som de um variado repertório. Romina Pet, professora de ioga, levou o filho Santiago, de um ano e três meses, para curtir o baile.

— Seleciono os blocos pela qualidade musical — contou.

Teve ainda ensaio aberto do bloco Planta na Mente, que defende a legalização da maconha, no Leme, reunindo foliões, músicos e pernaltas. Moradora de Niterói, a corretora de imóveis Tathiane Medeiros atravessou a ponte para prestigiar o bloco:

— Adoro o Planta na Mente porque apoia um movimento. A banda é legal, e as músicas são muito engraçadas.

Pernambahia

Já o ensaio técnico de ontem no Sambódromo ganhou até um apelido: “PernamBahia”, numa referência aos enredos da Mocidade e da Mangueira para 2023, ambos sobre com temáticas ligadas ao Nordeste brasileiro.

A primeira a cruzar a Sapucaí foi a verde e branco da Zona Oeste, com o enredo “Terra do meu céu, estrelas do meu chão”, do carnavalesco Marcus Ferreira, abordando o legado dos discípulos de Mestre Vitalino no Alto do Moura, em Pernambuco. A verde e rosa veio logo em seguida, com o enredo de Annik Salmon e Guilherme Esteves que levará a Sapucaí a uma viagem pelos cortejos afros da Bahia, dos cucumbis dos tempos da escravidão aos afoxés e blocos atuais, até chegar ao axé.

A noite teve parte das arquibancadas e das frisas lotadas, apesar do suspense que antecedeu o fim de semana de ensaios técnicos. Na sexta-feira, os bombeiros chegaram a vetar os eventos, só liberados anteontem à tarde.

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