Por que o público na posse de Lula gritou ‘sem anistia’? O que significa?

O público que acompanhava o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no parlatório do Palácio do Planalto ecoou um grito de “sem anistia” logo após Lula elencar uma série de críticas ao mandato do seu antecessor Jair Bolsonaro.

A anistia é um perdão concedido de forma oficial, que apaga a pena de alguém e suas consequências. É concedida pelo Congresso Nacional por meio de uma lei federal.

No caso de Bolsonaro, a anistia é defendida por alguns atores políticos como o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello sob argumento de “pacificar o Brasil”.

A partir de agora, ao deixar a Presidência, Bolsonaro fica sem foro, e poderá ser julgado como cidadão comum.

Os gritos de “sem anistia” hoje na posse foram precedidos da fala de Lula de que encontrou um governo sem recursos para várias áreas. “Faltam recursos para a compra de merenda escolar; as universidades corriam o risco de não concluir o ano letivo; não existem recursos para a Defesa Civil e a prevenção de acidentes e desastres. Quem está pagando a conta deste apagão é o povo brasileiro.” Lula ainda falou que encontrou um cenário de destruição.

“O que o povo brasileiro sofreu nestes últimos anos foi a lenta e progressiva construção de um genocídio. Vivemos um dos piores períodos da nossa história. Uma era de sombras, de incertezas e de muito sofrimento. Mas esse pesadelo chegou ao fim” disse Lula, em discurso de posse

Antes, em discurso no Congresso, ele já havia dito que os supostos crimes cometidos na pandemia deveriam ser julgados e punidos.

Quais são os crimes atribuídos a Bolsonaro?

A condução na pandemia lhe rendeu pedidos de indiciamento na CPI da Covid. Ele é suspeito de charlatanismo, prevaricação, emprego irregular de verba pública, epidemia com resultado de morte e infração de medida sanitária preventiva.

Em outro inquérito, Bolsonaro é investigado por interferir na Polícia Federal ao trocar a chefia da instituição para proteger os filhos.

O presidente também é investigado por vazar uma investigação sigilosa da PF sobre um suposto ataque hacker ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e por divulgar notícias falsas sobre o processo eleitoral.

O principal inquérito na Corte é o das “milícias digitais”, uma organização criminosa supostamente criada para ameaçar a democracia.

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