Polícia investiga morte de jovem que esperou três horas por maca em hospital de SP
A polícia investiga a morte de um jovem de 25 anos na porta do Hospital Geral de Taipas, na Zona Norte de São Paulo, nesta quinta-feira. O caso é tratado como morte suspeita e omissão de socorro. Vitor Augusto Marcos de Oliveira esperou por mais de três horas uma maca especial para pessoas obesas, que não chegou.
Em nota enviada ao GLOBO, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirma que o caso é investigado pelo 72º DP (Vila Penteado) como morte suspeita e omissão de socorro. “Foi solicitado exame necroscópico ao Instituto Médico Legal (IML) Central e as equipes do 74º DP, responsável pela área, realizam diligências para esclarecer os fatos”, conclui a nota.
O atendimento ao jovem, que pesava aproximadamente 200 kg, foi recusado em outros dois hospitais por falta de equipamentos adequados para pacientes com obesidade, segundo divulgado pela imprensa local.
Na manhã daquele dia, ele passou mal. Na emergência da UPA Perus, onde deu entrada primeiro, foi encaminhado já entubado para o Hospital Geral da Cachoeirinha, onde não foi atendido por alegação de falta de vaga. De lá, foi encaminhado com caráter de urgência para o Hospital Geral de Taipas, onde acabou morrendo.
Antes do ocorrido, a mãe do jovem gritou desesperada por socorro na porta do hospital. As imagens são fortes.
— Me ajuda, por favor, socorro, ele está aqui. Meu filho está morrendo na ambulância. Cadê os médicos desse lugar, meu Deus, por favor. — diz a mulher.
Por conta da demora do atendimento e da falta de estrutura médica adequada, o jovem sofreu três paradas cardíacas, relatou a mãe ao portal g1.
— Foi negligenciado, meu filho foi. Meu filho não tem o direito de ter uma maca, meu filho ficou em um assoalho, isso eu nunca vou esquecer. Meu filho morreu em cima de um assoalho, ele não teve direito de morrer em cima de um colchão. O sentimento da perda nunca vai ser bom, não importa se é filho, irmão, pai, mãe, não importa. A dor do luto é muito difícil. Mas o que eu quero deixar bem claro para as redes públicas, é que de suporte a obesos, para que outras mães não venham passar o que eu passei. — disse.
A Secretaria estadual da Saúde afirma, em nota, que também investiga o caso “para que sejam tomadas as devidas providências.”