Filho de Suel se entrega à PF; ele é suspeito de envolvimento no esquema de exploração de gatonet comandado pelo pai
Maxwell Simões Corrêa Júnior, que era procurado pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento no esquema de exploração de gatonet comandado pelo pai, conhecido como Suel, se entregou à Polícia Federal na noite desta segunda-feira (7).
Com isso, Sandro Franco, policial militar, passa a ser o único foragido da operação da última sexta-feira (4) da Polícia Federal e Ministério Público.
O advogado de Maxwell, Felipe Souza, que afirmou que seu cliente só ficou sabendo do mandado de prisão contra ele nesta segunda. Segundo a defesa, Maxwell é inocente e não cometeu crime algum. Para ele, a prisão foi “exagerada”.
“Ele foi preso única e exclusivamente por ser filho do Suel, que está sendo investigado pela morte da Marielle, porque indícios, fatos e provas não têm”, disse o advogado.
De acordo com Souza, Maxwell é motorista de reboque e conhecido por todos em Rocha Miranda. “A polícia não se deu nem ao trabalho de investigar nem suas contas, ver a sua conta bancária, se ele se favorecia do serviço de gatonet”, alegou o advogado.
Acusações
De acordo com a denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro, Maxwell Júnior atuava como emissário do pai. Maxwell Corrêa já está preso por suspeita de envolvimento na morte de Marielle Franco.
“O filho do ‘dono’ da ‘GatoNet’ se fazia presente nos bairros de domínio da organização criminosa e intermediava o contato de Suel com os subordinados, seja para repassar ordens, seja para centralizar o recebimento do dinheiro recolhido dos ‘clientes'”, diz um trecho do documento, que foi aceito pelo Tribunal de Justiça do Rio.
Um trecho de um diálogo interceptado pela Polícia Federal mostra um diálogo entre Ronnie Lessa, apontado como sócio de Suel no empreendimento, e Maxwell Júnior.
Nessa conversa, Maxwell diz que está com uma “parada de Lessa, o que os agentes consideram como um indicativo de que ele levava o dinheiro referente ao Gatonet para o ex-policial militar acusado de matar a vereadora Marielle Franco.
Segundo as investigações, essa função ganhou importância após as prisões de Lessa em 2019 e Suel em 2020, com Maxwell Júnior como o principal responsável por movimentar o dinheiro do esquema criminoso.