Eleição do Vasco: Justiça invalida votação do dia 7 e abre caminho para posse de Jorge Salgado
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro definiu, em julgamento nesta quinta-feira, que a votação no dia 7 de novembro, de forma presencial, em São Januário, não teve validade. O colegiado negou o recurso do candidato Leven Siano, que foi o mais votado naquele dia. Com isso, passa a valer a votação online que ocorreu em 14 de novembro, quando Jorge Salgado foi o vencedor.
Salgado ainda não se pronunciou sobre a decisão, mas Leven, em contato com o ge, anunciou que não vai recorrer do resultado. Leia AQUI o pronunciamento do candidato na íntegra.
– Sou uma pessoa de palavra, portanto acato o resultado como eu mesmo propus. O Vasco não merece mais indefinição. Que os torcedores compreendam que a decisão de pôr um ponto final nisso é definitiva e é pelo Vasco.
O relator do processo, o desembargador Camilo Ribeiro Rulière, votou a favor do recurso de Leven Siano. No entanto, os desembargadores Custodio de Barros Tostes e Fabio Dutra, também da Primeira Câmara Cível do TJ/RJ, não acompanharam o voto e foram contra a validação da eleição do dia 7 de novembro.
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Até o momento, não há qualquer recurso na Justiça contestando a votação do dia 14 de novembro, quando Jorge Salgado (chapa Mais Vasco) foi o mais votado em disputa contra Julio Brant. Os outros três candidatos – Alexandre Campello, Leven Siano e Sérgio Frias – não participaram do pleito.
Na semana passada, Leven Siano convidou Jorge Salgado a aceitar a decisão tomada pelo TJ-RJ nesta quinta-feira, qualquer que fosse ela. O candidato da Mais Vasco, no entanto, não concordou, pediu para o adversário retirar todas as ações judiciais e sugeriu a realização de uma nova eleição. Leven não topou, e o impasse seguiu.
A decisão desta quinta dificilmente será modificada ainda em 2020 – isso porque o recesso do judiciário começa nesta sexta-feira. Qualquer recurso será julgado a partir de 6 de janeiro. A posse do novo presidente do Vasco está prevista para 20 de janeiro.
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Embora em comemoração, José Cândido Bulhões, advogado de Salgado, informou que aguarda a publicação dos votos para saber como os desembargadores justificaram seus entendimentos. Ele explicou que o colegiado negou o provimento do agravo movido por Leven Siano e Roberto Monteiro (presidente do Conselho Deliberativo) e voltou a valer a decisão da 7ª Vara Cível que autorizou a eleição no formato online, realizada no dia 14.
– Temos presidente, é o Salgado – disse Bulhões, em contato com o ge.
O julgamento ocorreu de forma virtual, mas os advogados das chapas de Jorge Salgado e Leven Siano puderam acompanhar a sessão. Não foi permitida contestação. O presidente da Assembleia Geral, Faués Jassus, o Mussa, o presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, e o presidente Alexandre Campello também tiveram o direito de acompanhar o julgamento.
Caso não haja uma nova reviravolta, Jorge Salgado terá direito a 120 conselheiros e Julio Brant (Sempre Vasco), segundo mais votado na eleição de 14 de novembro, a outros 30 no Conselho Deliberativo. Brant se manifestou e parabenizou Salgado.
Entenda a polêmica na eleição do Vasco
Na noite de 6 de novembro, o desembargador Camilo Rulière determinou que a eleição do Vasco acontecesse de forma presencial no dia seguinte, sábado (7/11). O pleito teve início às 9h55 e tinha previsão de terminar às 22h. Porém, no começo da noite, uma decisão do presidente do STJ, Humberto Martins, mandou suspender a votação.
Mesmo com a decisão do STJ, a mesa diretora da Assembleia Geral decidiu prosseguir o pleito, com apenas dois candidatos: Leven Siano e Sérgio Frias. Os outros três – Alexandre Campello, Jorge Salgado e Julio Brant – deixaram o clube, argumentando que não iriam desobedecer a uma ordem judicial.
Pouco depois das 22h, quando ainda havia sócios na fila para votar, as luzes de São Januário foram apagadas e a votação encerrada. As urnas, em um primeiro momento, foram lacradas. Porém, a mesa diretora da Assembleia Geral não achou lugar para deixá-las e resolveu fazer a contagem às 2h. Leven Siano foi o mais votado.
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Na visão do presidente da Assembleia Geral do Vasco, Faués Cherene Jassus, o Mussa, a decisão do STJ que suspendeu a votação também deixou valendo a ação que marcava a eleição para o dia 14.
Uma semana depois, no dia 14, ocorreu a eleição online com a participação de apenas dois candidatos: Jorge Salgado (Mais Vasco) e Julio Brant (Sempre Vasco). Alexandre Campello (Rumo Certo) retirou a candidatura, Sérgio Frias (Aqui é Vasco) reconheceu a vitória da chapa Somamos, e Leven Siano entendeu ter sido eleito no dia 7.
Na disputa entre Salgado e Brant, o candidato da Mais Vasco foi o mais votado. No entanto, minutos após o resultado ser anunciado na sede do Calabouço, o STJ devolveu a questão para o TJ-RJ. Dias depois, o desembargador Camilo Ribeiro Rulière marcou o julgamento desta quinta.