Carnaval 2023: a ‘PernamBahia’ de Mocidade e Mangueira explode na avenida durante ensaio técnico

O temporal que atingiu a cidade do Rio não impediu a vibração dos amantes do carnaval no clima de “PernamBahia” que invadiu a Marquês de Sapucaí na noite deste domingo, quando verde, branco e rosa de Mocidade e Mangueira se misturaram com os enredos de enaltecimento a personalidades dos dois estados da região nordeste. Os desfiles da noite marcam o terceiro fim de semana de ensaios técnicos no sambódromo.

Mocidade Independente de Padre Miguel ensaia na Avenida
Mocidade Independente de Padre Miguel ensaia na Avenida Foto: Divulgação/Alexandre Macieira/Riotur

A noite começou com a passagem da Mocidade, que traz, neste ano, o enredo “Terra do meu céu, estrelas do meu chão”, do carnavalesco Marcus Ferreira, estreante na agremiação. Com referência ao legado dos artistas do Alto do Moura, discípulos de Mestre Vitalino, a escola será a terceira a desfilar no domingo de carnaval, dia 19 de fevereiro.

“Lá vem a bateria da Mocidade Independente!” ecoou na avenida, marcando a entrada na passarela do samba, por volta das 21h. Entre chapéus de cangaceiro, sombrinhas de frevo e fantasias em verde intenso e brilhoso — marca registrada da escola —, a Mocidade levantou uma arquibancada lotada de foliões que acompanhavam o samba clássico em alto e muito bom som.

https://www.instagram.com/tv/CoBYRM3qfn_/?utm_source=ig_web_copy_link

Eram 22h30 quando chegou a vez da Mangueira entrar na passarela do samba. Com um grito de aviso, “a Mangueira chegou” com peso e beleza para o ensaio. O clima era de desfile oficial entre os mangueirenses. Na bateria, todos os componentes usavam apenas shorts verde-e-rosa e pinturas brancas no corpo. Entre os destaques, brilho e encanto faziam referência ao axé de Oxum e Oyá, orixás mencionadas no samba enredo.

O enredo deste ano é uma viagem pelos cortejos afros da Bahia, dos cucumbis dos tempos da escravidão aos afoxés e blocos atuais, até chegar no axé. A escola volta mais uma vez a terras nordestinas 21 anos após a vitória com o enredo “Vou invadir o nordeste”.

A entrada da escola na avenida teve direito a máquina de fumaça nas cores da agremiação e bolas coloridas nas mãos dos componentes. À frente da bateria, a aclamada rainha Evelyn Bastos chamou atenção pelo carisma e pela fantasia. Ela vestia vermelho e carregava um “eruexim”, ferramenta utilizada por Oyá. Na cabeça, um par de chifres fazia referência ao búfalo, animal que representa a divindade cultuada pelas religiões de matriz africana.

Nas redes sociais, a rainha chegou a estar entre os nomes mais buscados durante o ensaio técnico deste domingo. Usuários a citaram como “soberana” e descreveram como “um verdadeiro acontecimento”. Em 2020, a rainha ganhou destaque por desfilar interpretando Jesus Cristo como uma mulher negra diante da bateria.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *